quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Pontofrio.com NUNCA MAIS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Fui uma vítima da compra pela internet e pelo péssimo serviço prestado pela loja pontofrio.com.

Recentemente, no dia 17/12 fiz a compra de um produto na loja virtual pontofrio.com, e fico refém do mesmo, sem saber o que fazer:

a saber: Conjunto cama box solteiro conjugado Gazin Elegance com molas Bonnel, e cama auxiliar 48x88 cm, no valor de R$ 545,16. Pedido nº 13534377. Pago em boleto bancário. O pedido foi “confirmado” em 20/12 e o prazo para entrega era até 28/01.

A cama está destinada a minha “filha do coração” que está vindo morar conosco em virtude de minha união estável com a mãe dela. No prazo da entrega, dia 28/12/2011, a mesma não foi entregue. Foi aí que começaram os problemas:

No protocolo 81674514, em torno de 11:00 ou 12:00 do mesmo dia, não lembro o horário correto foi me informado que o prazo de entrega seria até 21:00.

No protocolo 81816339 foi me informado que o prazo seria até as 18:00.

Vemos nesse ponto que o SAC desta referida loja fornece informações desencontradas, o que fere a sanidade do consumidor, pois ficamos sem saber o que fazer. Mas até então, estava sendo informado que a cama seria entregue.

No protocolo 81927858, que foi feito em torno de mais ou menos 17:40, perguntei sobre o que aconteceria se a mercadoria não fosse entregue: a informação, estarrecedora, foi a seguinte:

“Você deve esperar até o prazo de entrega e abrir uma reclamação, em dois dias úteis o setor responsável irá entrar em contato com o senhor.” um absurdo, paguei a mercadoria a vista por boleto bancário e fico refém, em uma situação de quase sequestro. O SAC não tem condições de dar uma informação descente para o cliente. O absurdo maior foi quando perguntei sobre cancelamento: a informação que tive que teria que esperar 10 dias para receber o meu dinheiro de volta. Um absurdo, pois a quebra do contrato compra e venda, de não entregar a mercadoria no dia foi da loja e não minha. A sensação que eu tenho é que eles querem me enrolar e me empurrar uma mercadoria a qualquer custo, e impedem de eu pegar o dinheiro e comprar em um concorrente.

Neste mesmo atendimento, solicitei que entrassem em contato com a distribuidora para saber o que havia ocorrido, mas o antedimento deu a entender que eles não podem fazer isso. Isso deveria ser uma obrigação, pois, pelo menos, nos tiraria da situação de refém em que nos encontrava-mos.

Gostaria, sinceramente, de saber se essa prática pela empresa é legal.

Esse procedimento absurdo me causou grande irritabilidade, pois o desrespeito aos meus direitos de consumidor foram grandes.

No protocolo 81939701, quando abri a reclamação pelo atraso, tive as mesmas informações. Pelo menos, essa atendente teve um comportamento mais humano ao lidar com o cliente.

Agora no dia 29/12/2011, protocolos 82005503 e 82007110 fui informado que para receber meu dinheiro de volta, tenho que recusar a entrega da mercadoria. O que é um completo absurdo, já que ela não foi entregue e quem não cumpriu com a responsabilidade foi a empresa e não eu. O que confesso, me causou grande irritabilidade.

Quero cancelar a compra, mas estou sendo, na prática impedido do mesmo.

Lembro ainda que estava na companhia da minha enteada no dia da compra e era um lindo dia de sol e ficamos presos, moralmente sequestrados, em nossa residencia aguardando a entrega da mesma, o que não aconteceu. Considero isso constrangimento moral, pois decepcionei uma criança de 10 anos de idade, que está dormindo no chão por falta de uma cama. Seu quarto mobiliado seria seu presente de natal, atrasado pelos prazos, o que ela pode entender, mas não poder sair de casa e curtir em suas férias, uma praia ou uma piscina é um completo absurdo.
Isso a devolução do meu dinheiro não paga, aliás, o que paga nesse mundo, decepcionar uma criança?

Agora o que paga a decepção de uma criança e a irritabilidade ocorrida pela, de certa forma, inutilidade do SAC que não serve para minimizar as dúvidas e dar informações aos clientes.

(entendo por informação algo que pode ajudar, de fato, o cliente. O que chamam de informação é algo tão inútil que, perdoem a redundância, não serve para nada !!!!!!)

Obs. Não estou reclamando das pessoas que trabalham no SAC, infelizmente são tão vítimas quanto nós, pois fazem esse serviço por que precisam do salário, muitos até gostariam realmente de ajudar, mas são vitimas de um sistema limitado e ineficiente. Mas para a pessoa jurídica ponto frio, só posso dizer uma coisa: NUNCA MAIS...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Salários dos Professores das redes estaduais do Brasil...

Pessoal depois de um longo hiato, deixo com vocês uma simplificação do infográfico postado no site Terra, onde estão os salários das redes estaduais.
Transformei o mesmo em uma tabela, o que facilita a leitura e a comparação.
Pasmém, o RJ está com a terceira melhor hora aula. A melhor hora aula é, surpreendentemente, paga em Mato Grosso.
Olhando apenas para a relação salário e Hora Aula, o melhor lugar é Brasília (lembro que o custo de vida lá é altíssimo).

Infelizmente não tenho informações sobre os planos de carreiras desses estados (progressão de nível e triênios).

Mas concluindo: Todos os professores do Brasil ganham mal..

Abraços.

sábado, 23 de julho de 2011

Abaixo a Ditadura !!!!!!!!!!!!!!!

Em São Paulo, um prefeito baixou um decreto proibindo que os funcionários “conversem sobre assuntos pessoais durante o horário de trabalho” e isso inclui reclamar do NÃO PAGAMENTO dos salários. Um absurdo, Isso é abuso de poder !

Cadê as leis?!?!?!?!

Ao abrirmos o contracheque referente ao mês de Julho, pago em agosto, tivemos algumas surpresas:

Bem, aqui no Estado do Rio de Janeiro, o nosso governador Sérgio Cabral, simplesmente descumpriu uma decisão judicial e cortou o ponto dos grevistas!!!!

Caro professor, por gentiliza, confira seu contracheque na internet para saber o quanto você foi descontado !

Agora isso pode? Pode um governador se colocar acima da lei? E nada acontece?

Coisas de Brasil...

E ainda, alardeia aos quatro ventos que está dando benefício aos servidores, mas o aumento da famigerada GLP também não veio neste contracheque, ou seja, continua nos poucos 516,00.

O mais engraçado foram alguns órgãos da imprensa nos chamando de corporativista, disso e daquilo, mas e ai? Um governador descumpre uma ordem judicial e todos estão mudos !!!!!

Devo lembrar que o professor do Governo do Estado é o ÚNICO trabalhador que possui a hora extra menor do que a hora trabalhada... (não existem leis regulamentando isso?!?!?!?!)

Estou nesse blog exercendo a minha liberdade de expressão e isso não abro mão !!!!


Decisão Judicial é Clara
“Assim sendo pelas motivações acima expositadas, e, ainda, tendo como presentes os requisitos essenciais à sua concessão, defiro a tutela antecipada reivindicada exordialmente pela parte autora (Sepe), para determinar a parte ré (Governo do Estado) de se obstar a efetivar o desconto dos vencimentos dos servidores, a título de “falta”, pelos dias em que estiveram paralisados, em virtude da greve (...) Os valores, por ventura, indevidamente descontados, devem ser pagos mediante folha de pagamento suplementar, ficando, ainda, vedada qualquer anotação em folha funcional, em virtude de tal paralisação. Intime-se a parte Ré para ciência e cumprimento desta decisão e cite-se o mesmo, com as observações legais. (...)” (extraído do blog pó de giz).

Só nos resta esperar pela correção dos valores antes do pagamento ou o IMEDIATO ressarcimento a partir de folha suplementar!!! Mas sinceramente, a confiança nesse governo acabou desde a tentativa de meter a mão em nosso plano de carreira !!!

Não pertenço e nem sou filiado a nenhum sindicato ou partido político, mas uma pergunta para a população: vocês vão votar nesse cara de novo ?!?!?!?!?!

Estou indignado com esse senhor !

abraços

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Resposta a revista Veja

Recebi esse e-mail de uma colega de trabalho, é interessante ver que os problemas que passamos no governo do Estado do RJ, são os mesmos de outros estados, no caso o Paraná.

Leiam a referida reportagem que saiu na revista Veja e gerou o
protesto da professora relatado abaixo:


link revista veja http://veja.abril.com.br/230610/aula-cronometrada-p-122.shtml


RESPOSTA À REVISTA VEJA
Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.

Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam
presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na
rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria.
Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores?

E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.

Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus,só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.

E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às
pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde?

É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.
Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os
que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que
ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.

Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos.
Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro,que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.

E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série,
e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.
Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros,precisamos de carteiras escolares, livros,materiais,quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria
de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.

Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmoEm plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem
despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.

Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grata.

Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais". Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão.

Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba!

Eu amo tudo o que foi, tudo o que já não é A dor que já não me dói, a antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou, o que deixou alegria só porque foi e voou e hoje é já outro dia.
Fernando Pessoa

sábado, 18 de junho de 2011

"O salário não interfere no trabalho do professor !!!" (????)

Em uma saudável discussão com um colega de trabalho, sobre o salário dos professores, ele proferiu as seguintes sentenças, o pior é que já a ouvi inúmeras vezes, principalmente de alguns pedagogos e de economistas especialistas em educação:

“Aumentar o salário do professor não vai aumentar a qualidade do trabalho dele”

“O professor pode ganhar do estado R$5.000,00 por mês que ele irá querer trabalhar mais, não irá reduzir sua carga horária para ganhar mais...”

“Dizer que meu baixo salário interfere no meu trabalho é admitir que meu trabalho é uma porcaria...”

Caramba, fiquei extremamente preocupado quando um professor, crítico por natureza, profere essas seguintes frases.

A primeira é facilmente contestada: Se você está preocupado em pagar suas contas e faz uma tripla jornada, é humanamente impossível, que você esteja realizando um bom trabalho. As pessoas esquecem que o corpo humano cansa, necessita de repouso e ainda, você está sem tempo para se atualizar. A qualidade do trabalho fica comprometida e, não por incompetência do professor, mas simplesmente por que o corpo e a mente não aguentam. As doenças e as síndromes como a de Burn out, aparecem.

A segunda frase, realmente eu concordo em parte, pois existem várias pessoas gananciosas e mercenárias, inclusive professores. Mas a solução é bem simples: normatiza (exija dedicação exclusiva no Edital) e, ainda, fiscalize, passe um pente fino na vida dos professores regularmente e, pronto, problema resolvido !!

O outro também é facilmente contestável. É claro que não considero o meu trabalho e nem o de nenhum colega meu uma porcaria. Fazemos o que podemos, o que está em nosso alcance, mas tendo tripla jornada, o trabalho fica comprometido e, admito, que ninguém em más condições realiza um trabalho de excelência, afinal ele está comprometido.

Sem contar que os baixos salários interferem diretamente na educação e na vida do aluno, pois são a principal razão para as exonerações diárias que acontecem no governo do Estado. Desse jeito as Seeducs estarão sempre com falta de professor e, os alunos, sempre com defasagem de conteúdos.


Bem, leêm essa matéria, vale a pena !


http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/06/professores-fazem-ate-jornadas-triplas-para-aumentar-renda.html

Matéria JB On Line: Professores X Bombeiros

O objetivo do blog não é replicar textos, mas como este está mutio bem escrito, decidi colocá-lo aqui.

1ª Matéria Decente sobre o Professor!
JB online

Bombeiros e professores
14/06/2011 - 19:16 | Enviado por: Migliaccio

Bom, antes mesmo de iniciar este texto, sei que vão me acusar de estar contra os bombeiros. Mas não é nada disso. Ainda me lembro quando pequeno, ganhei um kit com capacete, cinto vermelho e um machadinho. Adorava aquele capacete preto com um arco dourado no alto.

Meu primo Marcos, então, era fanático pelos caminhões vermelhos que cruzavam as ruas em alta velocidade, tocando aquela sirene altíssima, a caminho de alguém em pânico em algum lugar da cidade. Num prédio em chamas, no fosso de um elevador ou mesmo no topo de uma árvore onde um bichano indeciso tinha nos bombeiros a última esperança para salvar a derradeira de suas sete vidas.

Só o que me espanta nesse movimento grevista que tomou conta do Rio é a adesão da população. Nada contra, a causa é justa. Soldados do fogo que arriscam suas vidas têm que ter uma remuneração digna, claro.

Assim como os policiais civis e militares, que deveriam ganhar, no mínimo, R$ 5 mil por mês.

Mas eu fico me perguntando quantas greves de professores aconteceram sem que a população lhes desse a menor pelota.

E nem bombeiro, nem policial, nem médico _ apesar da nobreza e da importância de seus ofícios _ têm tanta responsabilidade social quanto o professor.

No entanto, nunca vi a cidade sair as ruas de fita vermelha na mão para protestar contra o salário de fome dos nossos mestres docentes. O que espera um país, um estado, uma cidade que paga menos de R$ 1 mil por mês àqueles que vão formar os cidadãos de amanhã?

Evidentemente, tudo que se pode esperar é um amanhã igual ou pior que o triste hoje em que vivemos. Com os jovens saindo das faculdades sem nem saber escrever uma simples redação sobre suas últimas férias.

Mas os bombeiros, com sua aura de heróis, ganharam a adesão dos cariocas. A mídia ajudou bastante, depois de subestimar o movimento até não poder mais e de atribuí-lo a uma jogada política do ex-governador do Rio Garotinho.

A desastrada invasão do quartel com mulheres e crianças, porém, por incrível que pareça, revelou-se um catalizador da opinião pública. E a greve ficou tão forte que o governador teve que ceder.
Tomara que os bombeiros consigam salários dignos. Eles merecem.
Mas e os professores, que mal ganham para comer que dirá para se aperfeiçoarem e educarem melhor nossas crianças? E esses educadores que arriscam suas vidas em escolas em áreas conflagradas e sofrem ameaças de alunos delinquentes e de pais piores ainda?
Quando vamos sair às ruas para que este país tenha uma educação decente?

Marcelo Migliaccio, coluna "rio acima", do JB online. Segue o link da matéria abaixo:
http://www.jblog.com.br/rioacima.php?itemid=27120


Obs. Postada orignalmente no JB on line e na comunidade do orkut “Concurso para Magistério - RJ”


Completando:

É incrível como me senti ignorado nessas passeatas.
Nem por culpa dos bombeiros, mas como a sociedade nos vê?
Parece que somos inimigos, que somos culpados pelas mazelas sociais que existem por aí.
Acho que as pessoas que atacam a classe docente conseguiram seu intento.
(eu ia citar alguns nomes, mas acho que todos conhecem, pelo menos um...)
Vocês venceram a batalha, mas não a guerra !!!

Uma colega de trabalho disse algo do tipo: “a sociedade admira os bombeiros, mas não admira o professor, a sociedade só defende quem ela admira”.
Ela pode estar certa, mas e aí?
Como ficamos?

O pior cego é aquele que não quer ver, já diz o velho ditado, se a sociedade não acordar para os problemas da educação, não só o salarial, mas também os outros, que afetam o ensino como as turmas hiperlotadas (que revelam que o número de escolas é insuficiente para atender as demandas), só para citar um exemplo recorrente.

A sociedade, instigada pelos meios de comunicação nefastos que temos por aí, parece estar sendo levada a cometar um grande equívoco, equívoco esse que poderá se tornar irreparável dentro de alguns poucos anos !!!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Matéria de hoje (27/05) no Bom Dia Brasil...

Bom dia povo,

Não aguento mais as matérias da Rede Globo.

Hoje assisti uma matéria falando da falta de professores na Rede Estadual do Rio de Janeiro e a mesma faz o que todos estão careca de saber: Apesar de não falar em valores, relaciona o desinteresse na profissão com a baixa remuneração. Até aí tudo bem, ótimo, quanto mais falarem nisso melhor. O problema foi a solução apresentada pelo especialista em educação que foi entrevistado: Copiar o modelo americano e usar estudantes universitários na mesma disciplina. Existe um termo em nosso idioma para isso: estagiário !!!

Estagiários substituindo professores... A velha mania de importar modelos que não darão certo !
Será que um estagiário de física vai querer abandonar o seu projeto de pesquisa, onde a remuneração paga pela bolsa no CNPq ultrapassa o salário pago ao professor para ir para a sala de aula?

A solução real é mais do que óbvia: Se aumentar decentemetne o salário, vai diminuir a evasão dos professores.

Não precisa ser especialista para chegar a essa conclusão. Basta parar com a politicagem de meritocracia, vales, etc. e pagar um salário melhor, que atraia, inclusive recém-formados em física!!!

Quando falo pagar um salário melhor, não falo em equipar com os profissionais de outros países (sonho meu....), mas falo em, pelo menos, equiparar com as prefeituras do Rio e Niterói... será que é pedir muito?

Enquanto tratarem a educação brasileira com politicagem e não fazerem o óbvio, a evasão vai continuar !!!!

abraços

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Relato: Memórias da falência da educação pública do RJ: do aluno ao professor – Parte 1

Antes de começar a redigir a minha “redação” faz mister esclarecer um ponto: Este texto não está baseado em uma pesquisa em escritos acadêmicos, livros, reportagens ou algo parecido. Todo o que escrevo aqui é de memória, são frutos de minha lembrança como aluno e, agora, como professor da Rede Estadual do Rio de Janeiro. Então, por favor, se tiver algum erro temporal, se eu esqueci de algo, me perdoem, mas vamos lá :

Comecei a escrever esse texto após presenciar a fala do apresentador Faustão, durante a apresentação da professora Amanda Gurgel “no meu tempo o chique era estudar na Escola Pública”, onde ele enalteceu que em seu tempo de estudante, a escola pública era de qualidade.

Não podemos esquecer que a história do Rio de Janeiro teve um fato importante nos anos 1970: A fusão com o Estado da Guanabara, vulgo Cidade do Rio de Janeiro que passa a ser a capital do recém-criado estado. Poucas informações temos sobre como era a qualidade de ensino na antiga Rede Estadual do RJ, mas a da Cidade-Estado, Capital Federal, Guanabara/Rio de Janeiro era considerada de alta qualidade.

Após a fusão as redes foram fundidas e anos mais tarde, começam as minhas memórias, justamente com a primeira eleição direta para governador do Estado. Nessa época, eu ainda era estudante da rede particular, bolsista integral do Colégio da Mabe, situado no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Lembro que foi Eleito o Governador Leonel Brizola, e foi dado início ao, que ouso em chamar, de único projeto de Educação que existiu no Governo do Estado do Rio de Janeiro, dos anos 1980 até hoje. Foram criados os Centros Integrados de Educação Pública e eles foram espalhados pelo Estado.

Lembro que nessa época, o Rock Brasil começa a ganhar projeção: das letras anti-governos de Brasília, os Punks de São Paulo e do Rio Grande do Sul, o Hardcore Metal Intelectualizado do Dorsal Atlântica do Rio de Janeiro. Essas bandas davam o tom da democratização de nosso país. As panelas eram batidas, passeatas em prol das Diretas Já coloriam as bancas de jornais. Havia esperança e alegria com o futuro de nosso país. O fantasma da ditadura começava a ir embora, mas existiam outros, como a inflação galopante, mas vou concentrar minhas memórias na educação.

Com a democratização de nosso país, a Constituinte de 1988, os serviços governamentais, como saúde e educação foram universalizados, ou seja, deviam estar ao alcance de todos. Paralelamente, e mesmo antes da Constituinte, Darcy Ribeiro, Secretário de Educação do Rio de Janeiro, lança o projeto dos CIEPS. O projeto pode não ser perfeito, afinal tudo deve ser aperfeiçoado, mas tinha um viés muito importante: Levar a Escola para todas os lugares do Estado do Rio de Janeiro. Precisávamos, e ainda precisamos, de levar a escola onde possuem cidadão. As crianças e adolescentes não devem viajar de ônibus para chegar ao seu local de ensino.

Com erros e acertos, foi o único projeto educacional de fato que tivemos ao longo mais de 20anos, mas infelizmente durou pouco. O governador seguinte, Moreira Franco, desmontou toda a estrutura. Os investimentos educacionais foram minguados e falo isso como aluno:

Na época do Governador Leonel Brizola, troquei a Educação Particular pela Pública (a saber Colégio Anne Frank) e enfrentei muitas dificuldades, o ensino era muito mais forte, as crianças eram bagunceiras? Eram, mas havia o respeito ao professor, a direção ,etc. A merenda era de qualidade, não faltava nada as escolas. Quando trocou o governo, professores que se aposentaram não foram repostos, o salário começou a ser achatado, etc... Resultado, tive que voltar para a particular, mas no Segundo Grau (atual Ensino Médio) retornei a educação pública, mas a realidade foi outra bem diferente.

Bem, Brizola retorna ao governo, acreditávamos que seria como antes, mas não foi: Ele cometeu vários erros políticos, mas não o julgo, pois talvez se eu tivesse no lugar dele, eu teria feito a mesma coisa.

Cego por seus ideais, comprou uma Briga com a toda poderosa Rede Globo, representada pela figura do Sr. Roberto Marinho. O que fez com que ela transferisse grande parte de sua produção para São Paulo e, paralelamente a isso, grandes empresas também se transferiram. A pressão midiática contra o governo foi grande, não só na TV, atingiu também os rádios e os jornais escritos.

Fato foi que ele incomodou os poderosos, o que fez com que seus aliados o abandonasse e ele ficou isolado. Seus aliados, que só existem na política fluminense e carioca devido a sua influência: César Maia, Saturnino Braga, O casal Garotinho, Marcelo Alencar, e tantos outros. O incrível é que quando eram aliados eram claramente de esquerda, mas depois... well, acho que agente já sabe !!! Lembro, também, que o repasse de verbas do Governo Federal foi mínimo para o RJ, afinal ele era um dos maiores opositores de sua época..

A industria de boatos foi fundo, dizendo que ele era amigo dos traficantes... mas até hoje nada comprovado realmente.

Bem, preciso abrir uns parágrafos para falar de umas figuras que ganharam projeção no período de democratização de nosso país, que parece ser ignorados por aqueles que falam que os professores “demonizam os alunos”: O traficante

Durante o período de democratização, o trafico de drogas ganhou força, não só nos grandes centros como Rio e São Paulo, mas rapidamente se espalhou pelo território nacional. Não sei precisar quando surge a Falange Vermelha, atual Comando Vermelho, mas lembro da fuga espetacular do traficante Escadinha, onde um helicóptero invadiu na mais perfeita calma adentrou o pátio de um presídio e, simplesmente decolou... O tráfico invadiu as escolas, as crianças das comunidades, incluindo muitos colegas de escola, passaram a ver o traficante como um ídolo, alguém que detinha o poder, alguém a ser seguido. A imprensa em nenhum momento, enaltece a péssima pessoa que era o traficante, mas enaltece seu poder e sua fuga espetacular. O medo entra em cena, o tráfico mostra seu poder político, corrompendo vereadores e deputados. O cidadão fluminense, principalmente o carioca, começa a se sentir acoado. As drogas deixam a comunidade e toma conta das ruas, das boates, dos bares, etc... O tom de rebeldia que antes criticava o governo passa a enaltecer o tráfico, o Rock dar lugar ao Batidão...

Nesse ponto, os detetores da educação impõem a escola assume um papel pela qual ela não estava preparada e, é logo, acaba por fracassar: O de socializadora. A escola simplesmente não tinha como combater o tráfico de drogas. A escola Pública estava e, em muitos casos ainda está, refém. Começa ou acentua o esvaziamento da Escola Pública. Nesse período, a corrupção brasileira vem à tona, ser honesto era sinônimo de ser otário, e muitos brasileiros veem que a melhor saída para o Brasil era o Aeroporto...

O desrespeito ao professor toma outra face: os salários (que segundo alguns, compreendiam 4 Salários Mínimos iniciais ao Professor do Estado) caem vertiginosamente. O aluno começa a ver o professor como um falido, como um estudante que não deu certo. Os idealistas do neoliberalismo começam a nos ver como algozes da educação nacional, como se tivéssemos culpa dos vários fatores que levaram ao fracasso da Educação Pública. Ao invés de abrir mais escolas, lotam as salas, a Escola passa a ser um depósito. A educação se universaliza, mas não prepararam a escola para isso.

Quando voltei a Educação Pública, agora no Segundo Grau, tive um choque: a conservação do prédio escolar era péssima, turmas hiper lotadas, não tive professores de algumas matérias (fui aprovado com plano de estudos), alguns alunos vendiam maconha dentro do colégio, outros chegavam até a transar na quadra, principalmente, no turno da noite. Foi a época dos caras pintadas, os estudantes ainda protestavam.

Com seus ideais de Estado Mínimo, o período governado pelo ex-militante de esquerda, Fernando Henrique Cardoso, desvaloriza a Educação Pública em vários níveis. Os investimentos na escola pública foram mínimos e as leis favoreciam a educação particular, principalmente nos níveis superior e técnico. Quem fez faculdade nessa época se lembra do encolhimento das bolsas de pesquisa e das tentativas de privatização das Universidades Públicas. O efeito cascata é claro: os funcionários públicos em todas as esferas, inclusos aí os professores, ficaram com seus salários congelados. Os salários foram desindexados do Salário Mínimo, aumentando ainda o achatamento salarial, não apenas do professores, mas de toda a população brasileira: Resultado: acentua o esvaziamento de professores nas Escolas Públicas.

Ainda durante a faculdade começa a minha experiência com educação pública, ainda como agente administrativo da PMRJ, mas vou deixar isso para outro dia, quando tiver tempo... pois o texto ficou longo demais e com certeza, cansou vocês...

abraços.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A Educação vai parar!

A Educação vai parar!

O vídeo da Profª. Amanda Gurgel promoveu uma discussão nacional sobre as condições da aprendizagem no Brasil.

Através das redes sociais, convidamos todos os professores e a sociedade civil para PARALISAÇÃO NACIONAL no dia 31/05/2011.

O intuito da PARALISAÇÃO é convidar as esferas governamentais para discussão acerca das condições de trabalho do professor como, a qualidade do ensino público e particular no Brasil. Assim, durante uma semana mobilizações em diversos locais do Brasil estará acontecendo.

"Nunca duvide de que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas consiga mudar o mundo. Na verdade, sempre foram elas que mudaram." (Margaret Mead)

fonte: paralisaçãonacional

sábado, 21 de maio de 2011

Ausência, Reformulação do Blog e alguns breves comentários...

Muito tempo que não escrevo aqui no blog, não é por falta de assunto, mas pelos motivos que todos conhecem:

Correção de provas, diários, lançamento de notas no (des)conexão educação, trabalhos e provas na pós graduação, etc. É aquela velha vida de professor que é tão mal tratado nos meios de comunicação.

Estou pensando em reformular o blog, mudá-lo de nome inclusive, só que ainda não sei para qual. Pretendo deixar o blog cada vez mais centrado nos problemas de educação, nos problemas reais e não naqueles que nos querem infringir sem nenhuma propriedade.

Pretendo ainda aproveitar os escritos de outras pessoas, afinal, não sei se somente com minha imaginação conseguirei manter o blog em frente...

Mais uma vez, nos meios de comunicação vemos notícias sobre a educação:

Uma diretora é exonerada por denunciar os graves problemas com merenda e ninguém faz nada. Cadê a OAB, o Ministério Público, os Sindicatos, etc., que se ausentaram? A DITADURA ACABOU E NÃO AVISARAM AOS GOVERNOS !!!!!!!!!!!!!!!!
A merenda é uma vergonha nacional há muito tempo, ainda bem que nas escolas que trabalho o cardápio varia de razoável para ótimo !


Um livro chama o falar errado de “Variedades Linguísticas” …. Tudo bem que ninguém consiga escrever/falar nosso idioma pátrio corretamente 100% do tempo, mas daí colocar isso dentro de um livro e ainda introduzir o conceito de “preconceito linguístico” é dose !!!
Daqui a pouco vamos ser processados por tentarmos ensinar a língua culta à nossos alunos.
Internetês, Miguxês, “Funkeirês” e tantos outros não devem ser usados na escola, ou para redigir uma redação. Agora, mais uma vez, em prol de uma falsa modernidade, estamos tirando dessas crianças o direito de competir por um emprego melhor, de serem aprovadas em um vestibular ou em concurso público... POIS AVISEM O AUTOR DESSE LIVRO, QUE A NORMA CULTA É COBRADA !!!!!!!

Professores do Estado do Rio de Janeiro viram “Pussy Police Officer ” - Para quem não sabe Pussy, traduzindo é o órgão sexual feminino em linguagem chula, em inglês off course. Agora somos avaliados se temos muitas alunas grávidas nas escolas. Que uma gravides precoce ou fora de hora atrapalha o desenvolvimento de uma aluna, todo mundo sabe, agora culpar a escola e o professor por isso é dose !!! Daqui a pouco vão querer que criemos essas crianças... (espero que ninguém da secretaria da educação leia isso, pois vai que gostam da ideia...). Escola é motel???? Os bebês são concebidos fora da escola e, o correto, não seria punir as famílias dos mesmos ? Punir os professores, faça-me o favor e ainda querem que levemos à sério esse Plano de Metas !!!!

Não posso deixar de dar uma salva de palmas para a Professora Amanda Gurgel, como eu gostaria de dizer isso na cara de nossos pseudoeducadores travestidos de secretários...

Bem, perdoem meus erros que por ventura estejam presentes, e se desejarem, corrijam-me, pois escrever corretamente no nosso idioma requer um aprendizado constante.... Não é fácil !!!!,

Em tempo, em 2012 nos livramos do IrriTAÚ, mas vamos passar a receber pelo Bradesco... PQP... sem palavras, trocar 6 por meia duzia...

abraços e agradeço ás visitas

terça-feira, 19 de abril de 2011

Chega de Falácias na TV. Aumento salárial Já !!!!!!!!!

Hoje, dia 19 de abril de 2011, uma educadora, que confesso que falhei ao não prestar atenção no nome, foi entrevistada pelo Jornal “Bom dia Rio” e, durante a matéria, Wilson Risolia, o atual secretário de educação do Estado do Rio de Janeiro, falou da política salarial. Achei incrível a educadora dizer que essa política é promissora e continuar com a velha história de “tornar as aulas mais interessantes para resolver o problema de evasão dos alunos”. Confesso que não aguento mais isso. Em primeiro lugar é impossível um professor desmotivado motivar alguém. Precisamos de segurança, de saber se no final do ano poderemos pagar nossas contas e, é claro, com algum tipo de laser. Enquanto isso o rodizio de professores continua.

A matéria falou de professores, mas não falaram o motivo do abandono: salário baixo. O W.R. falou do auxílio transporte, que por sinal é uma obrigação, todo trabalhador tem direito. Falou do bônus cultura, que veria em maio e agora talvez tenhamos que esperar até junho... Que valorização é essa? Onde vemos apenas alguns itens pontuais mas que não chegam na raiz do problema: salário baixíssimo, aliás um dos mais baixos entre todos os governos estaduais... será que ninguém vê que isso atrapalha o rendimento dos alunos? Será que é tão difícil imaginar que o baixo rendimento do professor em sala de aula ultrapassa, e muito, questões como “aulas interessantes”, capacitação profissional, etc.?

A imprensa nem toca mais na nefasta incorporação do Nova Escola de uns 30 e poucos reais por ano...

Com esse salário, quem ainda não saiu está tentando sair ou, pior ainda para sua vida pessoal, está se matando de trabalhar.

O único dado interessante da matéria, mas que todos nós já sabíamos, é que aproximadamente 25% das escolas necessitam de obras, estão em condições muito ruins de funcionamento. Na realidade, achava que eram mais escolas.

Concluindo, o rodizio de professores irá continuar... e o plano de metas tende ao fracasso, pois não vai na raiz do problema.

Só umas observações:

A culpa maior não é do Wilson Risolia, ele é um economista e não podemos esperar que ele entenda as especificidades do funcionamento da educação. O maior culpado é quem botou ele lá. Ou melhor ainda, o maior culpado de todos é quem botou lá quem botou ele lá...

Por que será que nunca ví um educador progressista como Vitor Paro ser convidado para uma secretaria dessas?

Por que será que o Nelson Maculan durou tão pouco?

abraços, o obrigado por "ouvirem" meu desabafo !!!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Rio – Columbine: Uma tragédia anunciada.

Segundo a grande mídia, essa é primeira vez que uma tragédia desse porte acontece no Rio de Janeiro. Um ex-aluno, dotado de alguma forma de insanidade mental, invade a sua ex-escola e mata a tiros mais de dez crianças e depois, quando não tem mais como fugir da polícia, acaba se matando. A violência escolar não é um fato restrito ao Rio de Janeiro, está presente em várias cidades do Brasil.

E um episódio como esse nos deve levar a reflexões, várias reflexões...

Nossa sociedade já há muito tempo banalizou a violência, diversas chacinas são feitas, crimes são cometidos, assassinatos, recordes de mortes no transito são batidos a cada ano e, nada sério é feito, nenhuma medida séria política é tomada.

As armas entram e saem de nosso território. O Estado, de fato, nunca teve o controle do tráfico de armas. A facilidade de obter uma arma é algo bastante noticiado na grande mídia.

Lendo muitos comentários de professores no orkut e em alguns fóruns, dá para perceber que muitos estão pasmos, consternados, mas não surpreendidos pelo que aconteceu. É fato que a violência já chegou nas escolas há anos e ninguém prestou atenção, a mídia notifica e depois esquece. Será que essas vitimas também estão fadadas ao esquecimento? Espero sinceramente que não.

Infelizmente, várias escolas hoje são palco dos mais tipos de violência que não chegam aos meios de comunicação:

> Brigas entre alunos,
> Alunos portando armas e muitas vezes ameaçando professores,
> Palavrões e xingamentos entre si e dirigido aos professores e, muitas vezes, NENHUMA providencia é tomada pelas direções que também estão com medo,
> O tráfico já está instalado nas escolas e muitos de nossos alunos são “filiados” a essa instituição,
> Pequenos delitos como roubos de pequenos objetos e que, muitas vezes, as direções não tomam conhecimento, pois os alunos que foram lesados acham que “não adianta reclamar”,
> etc ...

Não se trata aqui de culpar as direções, mas o sistema nefasto em que a escola vive. Por exemplo algo que presenciei algumas vezes: A escola X expulsa um mal elemento travestido de aluno. Alguns dias depois recebe a ligação do conselho tutelar para que o mesmo seja aceito de volta... A autoridade da escola não é mais respeitada.

Os profissionais que trabalham nas escolas estão de mãos amarradas. Hoje qualquer atitude mais ríspida ou severa é considerada constrangimento. Somos reféns de leis deturpadas como o ECA, que mais ajuda do que atrapalha. Os jovens de hoje estão "cheios de direitos" e "esvaziados de deveres", os resultados dessa política de "passar mão na cabeça" estão aí...

A escola deveria ser um lugar em que nós deveríamos, professores, alunos e funcionários, nos sentir seguros, mas o fato é que a insegurança já existe há algum tempo e nenhuma providencia foi tomada. Hoje o fluxo de pessoas que entram em saem de uma escola é grande e é impossível detectar se quem entrar na escola está armado ou não. Várias escolas públicas não possuem vigias e porteiros em seu quadro de funcionários.

Leiam o que diz o SEPE no Diário Catarinense:

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2§ion=Geral&newsID=a3266536.htm

Uma coisa me chamou atenção em uma certa emissora de televisão, os apresentadores da notícia estavam toda hora indagando se a escola possuía uma boa direção, se os professores eram dedicados, etc. Pareciam que queriam arrumar um culpado e adivinha quem eles pareciam querer culpar? Acho que nem precisa responder... Lamentável essa atitude e esse tipo de indagação, esquecendo que os professores, direção e demais funcionários de apoio SÃO VITIMAS E NÃO CÚMPLICES dessa tragédia.

Para reflexão deixo a seguinte frase, retirada da pesquisa intitulada “O mal-estar do professor frente à violência do aluno”, desenvolvida por meio de questionário e entrevistas realizados com professores e alunos da rede particular de ensino de Belo Horizonte:

Os resultados apontam para o fato de que tanto a violência do
estudante quanto o mal-estar do professor, na situação proposta
pela pesquisa, parecem se aclarar no contexto de um “sintoma”
contemporâneo, em que o declínio da autoridade do professor se
entrelaça à perda do desejo de ensinar do educador.
(http://redalyc.uaemex.mx/pdf/271/27150204.pdf)

Há muito tempo que quem trabalha nas escolas percebe as consequencias da perda da autoridade do professor e da direção.

Algumas notícias esquecidas:

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2010/12/corpo-de-professor-morto-facadas-em-mg-e-enterrado-nesta-quinta-9.html

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101209/not_imp651431,0.php

http://www.osaogoncalo.com.br/site/pol%C3%ADcia/2009/12/12/5875/alunos+tentam+matar+professora+em+s%C3%A3o+gon%C3%A7alo


www.cinform.com.br/.../aluno+tenta+matar+professora+a+socos+e+cadeiradas+em+porto+alegre.html

www.osaogoncalo.com.br/.../alunos+tentam+matar+professora+em+são+gonçalo

Para as famílias destas crianças só nos resta orar para que superem mais essa violência e para que nós, nem nossos filhos, não sejamos as próximas vítimas ...

Concluindo, vemos que o acontecido é o resultado de um processo de violência em que a escola brasileira está inserida, que se ninguém tomar uma providencia, não terá fim.

Obs.:Não desejo comparar violências, mas sim demonstrar que a violência na escola tem sido tratado como algo banal, tanto pela mídia quanto pelas autoridades.

Acessem o site: http://www.professorkassiovinicius.com/ para discutirmos os problemas de segurança nas escolas.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Plano de Metas da Educação do Rio de Janeiro: do economicismo ao cinismo

Esse blog não possui o objetivo de replicar textos, mas acho que esse texto deve ser lido e divulgado, não apenas entre todos os professores, mas para toda a sociedade. Como eu estava pensando em escrever um texto sobre o nefasto plano de metas do governo estadual do RJ, decidi replicá-lo.

Ele não foi escrito pelo SEPE, Uppes, algum professor insatisfeito da rede ou coisa parecida, mas por educadores de renome: professores da UERJ e da UFRJ, o que dá bastante respaldo as nossas críticas e ideias. Foi publicado na folha dirigida e no site da Fiocruz.
Link: http://www.epsjv.fiocruz.br/index.php?Area=Noticia&Num=464

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Neste artigo, pesquisadores Gaudêncio Frigotto, Vânia da Motta, Zacarias Gama e Eveline Algebaile analisam a política anunciada pela secretaria estadual de educação para o Estado do Rio de Janeiro, que associa a gratificação aos docentes ao cumprimento de metas. Para eles, o estado caminha na contramão das resoluções da Conferência Nacional de Educação

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13/01/2011
Plano de Metas da Educação do Rio de Janeiro: do economicismo ao cinismo
Gaudêncio Frigotto, Vânia da Motta, Zacarias Gama e Eveline Algebaile


Em entrevista ao Globo News, o Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, na sexta-feira, dia 07.01.2011, anunciou as cinco frentes de trabalho para a educação pública ao longo dos próximos quatro anos. Em extensa matéria, sob o título Choque na Educação, o jornal O Globo (08.10.2011, p. 14) detalha estas medidas. Confessamos que ficamos estarrecidos pelo caráter economicista e tecnocrático, e pela superficialidade das medidas propostas.

As cinco frentes de trabalho apresentadas teriam como objetivo atacar as questões pedagógicas, o remanejamento de gastos, a rede física, o diagnóstico de problemas e os cuidados com os alunos. As medidas mais destacadas, porém, foram a implantação de um regime meritocrático para a seleção de gestores; a realização de avaliações periódicas; o estabelecimento de metas de desempenho para balizar a concessão diferenciada de gratificações aos docentes; e a revisão das licenças dos 8 mil professores em tratamento de saúde. Ou seja, medidas que reforçam a ideia de que, no fim das contas, os profissionais da educação são os responsáveis pelos problemas educacionais, resumidos, por sua vez, aos baixos índices obtidos pela rede estadual no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Um exemplo da lógica de suspeição aí implicada é a contratação de uma empresa privada para passar um pente fino nas licenças médicas, sinalizando um duplo pré-julgamento: aos profissionais de saúde que concederam a licença e aos próprios professores que buscaram atendimento. Por certo, há implícita uma meta de quantos destes não podem passar no pente fino e deverão, agora saudáveis e motivados, voltar às salas de aula.

Trata-se, portanto, de uma proposta que não vai ao fundamental e pega o pior atalho: premiar quem chega às metas, metas imediatistas, de lógica produtivista, que não incorporam medidas efetivas voltadas para uma educação pública de qualidade. A lógica subjacente à proposta, que já está sendo chamada de choque de gestão de administração, apenas trabalha com dois conceitos fundamentais: forçar o professorado a produzir um IDEB elevado, sem efetivamente melhorar as suas condições de trabalho, e baratear o custo da educação adotando, de imediato, a meta conservadora de economizar R$ 111 milhões dos gastos. Uma lógica tecnocrata que reconhece somente cálculos de custos e de benefícios, que vê as pessoas apenas como dados, destituídos de vontade e voz, indo de encontro às próprias bases ideológicas liberais e neoliberais que ainda consideravam o homem dotado de livre iniciativa, mesmo em sua forma de indivíduo, homo economicus.

O espantoso é que a Secretaria de Estado do Rio, com essa proposta, caminha visceralmente na contramão dos encaminhamentos concluídos nas reuniões da Conferência Nacional de Educação de 2010, do que foi acordado no novo Plano Nacional de Educação e do que vem sendo discutido no Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública, há poucos dias instalado por dezenas de entidades ligadas à educação, à cultura, aos movimentos sociais e às instituições de ensino e científicas do estado do Rio de Janeiro. Mais que isso, em total dissonância com a indicação que a Presidente da República, Dilma Rousseff, fez em seu discurso de posse, para enfrentar o problema da educação: reconhecer o professor como a autoridade pedagógica de fato e de direito.


"Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens". (Dilma Rousseff, Discurso de posse, 01.01.2011).

Os debates e proposições aí implicados vêm afirmando insistentemente que não se fará educação de qualidade sem restituir às instituições plenas condições de funcionamento, tornando-as atrativas e adequadas ao bom aprendizado dos alunos; sem garantir, aos profissionais da educação, as condições de trabalho que favoreçam o efetivo exercício da autoria pedagógica e da atuação coletiva na construção do processo educativo escolar; sem dar sustentação a cada escola para que ela se torne o lugar de uma experiência participativa efetivamente capaz de ampliar seus sentidos como instituição pública.

Ignorando os acúmulos desse debate, a Secretaria aposta exatamente no seu contrário, impulsionando a estandardização da rede estadual, por meio da subordinação de sua organização e gestão pedagógica a critérios mercantis, e da sujeição de suas instituições e profissionais a relações de disputa e concorrência.

A estandardização da educação, dura e seriamente questionada hoje por vários setores da sociedade, camufla-se, comumente, por meio do discurso do mérito, do desempenho, da competência e da eficiência, omitindo a grave responsabilidade das próprias elites e do Estado, no Brasil, na longa história de produção reiterada de uma escola precária para a grande maioria da população. Caracteriza-se principalmente, no entanto, pelo estabelecimento de mecanismos padronizados capazes de operar o posicionamento diferenciado dos profissionais e das instituições, reiterando a produção desigual da escola por meio da sua suposta "modernização".

A instituição de premiações, a contratação de empresas gestoras de processos, o estabelecimento de mecanismos de avaliação orientados para a produção de rankings, a instauração de regimes de trabalho que associam a concessão de gratificações diferenciadas à atuação de profissionais e instituições em processos concorrenciais semelhantes a gincanas são exemplos dos mecanismos que operam essa crescente diferenciação. Seus resultados são já bem conhecidos: a intensificação do estabelecimento de regimes e estatutos profissionais diferenciados; a desagregação do professorado em decorrência da instauração de relações concorrenciais entre professores e entre escolas; o não reconhecimento do professor como profissional capaz de dispor sobre o próprio trabalho; a subordinação da gestão educacional e da ação escolar a agentes externos não coadunados com os fins e a função pública da educação; a consolidação de padrões desiguais de formação escolar.

Sem situar o professorado no coração do processo de resgate da qualidade da educação fluminense, melhorando significativamente o seu salário, carreira docente e condições objetivas de trabalho, não há perspectiva real de alterar de fato o atual quadro da educação básica, como sublinhou, também, o ex-Ministro de Assuntos Estratégico, Samuel Pinheiro Guimarães, no Seminário organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ - Qual desenvolvimento e Educação e para que Sociedade? - e do qual o atual Secretário de Educação do Estado participou na abertura.Recentemente, os Senadores Pedro Simon e Cristovam Buarque apresentaram Projeto de Lei pelo qual se estenderia o mesmo reajuste salarial aprovado para os Senadores, de 61,78%, para os professores da educação básica das escolas públicas. Os Senadores tomaram como referência a menor base do piso (não reconhecida pelas entidades que representam os professores, que era de R$ 1.024,00). Esse percentual de aumento representa, de fato, uma novidade, se considerarmos que os reajustes dos profissionais do campo das políticas públicas raramente se aproximaram das nababescas auto-concessões do legislativo e do judiciário. Deve-se, porém, observar que, aplicando aquele reajuste, o piso seria de R$ 1.656,62, 16,13 vezes menor que o salário pago aos parlamentares a cada mês: R$ 26.723,13; o equivalente a 3 salários mínimos. Cabe lembrar aqui que os professores não tem o acréscimo de verba de representação para a compra de roupa, livros, correio, transporte, vale alimentação, etc. E, com certeza, o nível de escolaridade médio dos deputados e senadores não é diferente, talvez menor do que dos professores.

Perguntas de quem não quer calar-se perante o cinismo: Por que não colocar o mesmo piso de 1.656,62 aos ministros, governadores, deputados, senadores, prefeitos, vereadores, judiciário, professores universitários, juízes, desembargadores, delegados, generais, etc. e estabelecer uma espécie de IDEB de cada função, com metas quantitativas, oferecendo ao final de cada ano mais três destes salários-base por produtividade? Quem se candidataria a tão nobres funções por essa mixaria e com tal pressão e controle? Por que não, também, estipular este valor como margem máxima de lucro para os banqueiros e empresários? Já imaginaram? Pois, senhores, estão oferecendo esta mixaria aos que cuidam da educação básica da maioria do povo brasileiro (a escola pública no segmento da educação básica - do ensino fundamental ao médio - atende mais de 80%dos estudantes), menos, certamente, dos filhos das profissões ou atividades, entre outras, listadas acima.

Os milhares de professores que atuam na educação pública brasileira podem ser tudo, menos idiotas. O que se está propondo no Estado do Rio de Janeiro e em muitos outros estados e municípios (entre os quais do Rio de Janeiro que se antecipou ao estado) resulta de opções tecnocratas, apoiadas na ideia de que a educação não é um direito social e subjetivo, mas um serviço, uma mercadoria e, por isso, como a define o Secretário, um "negócio falido" como qualquer outro. Nesse quadro, os docentes são tidos como meros entregadores dos pacotes de conteúdos previamente preparados por economistas, administradores, empresários... que se assumem como "autoridades em educação".

Professores, pais, responsáveis, jovens e estudantes, unamo-nos às dezenas de entidades que instalaram em dezembro de 2010 o Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública no estado do Rio de Janeiro, no dia 23 de fevereiro próximo, na UERJ, para dizer alto e em bom som: não queremos ser idiotizados. Não reconhecemos essas medidas como legítimas, porque ignoram a história de luta da sociedade brasileira de quase um século pelo direito efetivo à educação pública de qualidade.

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Artigo publicado no Jornal Folha Dirigida de 11/01/2011

Os autores são professores do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Vânia da Motta é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

domingo, 13 de março de 2011

O caminho do meio: Lições do Passado no mundo presente


O consumismo é um padrão de comportamento cada vez mais presente no mundo atual. As pessoas fazem compras, muitas vezes sem necessidade e não percebem o mal que estão fazendo a sim mesmas. Fomos educados a pensar que quanto mais possuímos, mais valorizados somos. É freqüente agente ouvir de uma personagem feminina de alguma novela ou filme dizer que quando está triste vai ao shopping, as compras. Reparem que ninguém cria uma personagem que medita e busca a solução para o problema, pois a solução já foi dada: Fazer Compras, gastar, gastar e gastar. Mas isso não é exclusividade do sexo feminino, há algum tempo atrás, ouvi de um colega a seguinte pérola: “Comprei um carro, agora sou um homem de verdade !” Isso me faz pensar: Onde estão a honra, o caráter, a palavra, a fé, etc? O jovem senhor só se sentiu um homem depois que comprou um carro!

As pessoas hoje vivem como esses personagens: ostentam suas compras para os outros e se sentem superiores aos outros por possuírem o carro mais caro, por morar na zona mais cara da cidade, etc. Passam a ostentar suas riquezas como se isso fosse a real felicidade.

O consumismo vive de uma idéia de que comprar traz felicidade e, principalmente nas épocas de festas de fim de ano a pressão para o consumo é enorme, logo aparecem as propagandas de grandes magazines oferecendo promoções ilusórias, mas que de tão insistentes, nos estimulam a comprar cada vez mais. A pressão é tão grande que ficou praticamente impossível não presentear uma criança no Natal, por exemplo. Imagina como ela irá se sentir diminuída perante as colegas se não for presenteada?

O mundo do trabalho se tornou extenuante e competitivo ao excesso. A enorme competitividade e o fantasma do desemprego – acompanhado das sensações de fracasso pessoal, incapacidade, incompetência, e tantos outros – nos levaram a criação de um aspecto nefasto no sistema mundo que vivemos: O individualismo se sobrepõe a individualidade. Os chamados pecados capitais das religiões do tronco judaico são aflorados no individualismo, não trabalhamos apenas pelo dinheiro, mas pela vaidade e pela ganância. Quantas pessoas se sentem orgulhosas dos cargos que conquistaram, muitas vezes pisando em cima de outras pessoas, fazendo conchavos e agindo sem qualquer ética?

Quando nos vemos exageradamente estressados, geralmente, qual a solução encontrada se não nos metermos nos excessos da vida: Fumar dois ou três maços de cigarro por dia, beber exageradamente, comer demais, praticar exercício físicos demasiados, passamos a não ter uma vida sexual sadia, onde o objetivo do ato sexual passa a ser o desestresse e não um ato de amor. Ou seja os vícios em nosso sistema mundo passam a ser a normalidade e estranho e louco passa ser aquele que se recusa a fazer parte desse jogo, que no fundo, os únicos beneficiados são os detentores dos meios de produção, e diga-se de passagem, só traz benefícios matérias, por que os espirituais a história é outra. Esses vícios geram cicatrizes no corpo e na alma e acaba muitas vezes necessitando de tratamento médico, aqui e na “vida após a vida”.
Quantos de nós passam tanto tempo trabalhando e quando chega em casa, mal dá um beijo de boa noite na esposa (ou marido), toma um banho, assiste uma novela e vai durmir? Quantas pessoas não passam o tempo devido com seus filhos, chegam em casa agressivos, pois precisam extravasar os problemas do trabalho e descontam naqueles em quem mais ama e tentam compensar as ausências e agressividades com presentes e mimos? Quando se dão conta, perdem a (o) companheira(o) e são vistos como estranhos pelos próprios filhos. E aí recorrem aos amigos... mas que amigos? Foram todos embora, se sentiram esquecidos e simplesmente tocaram suas vidas para frente...

O homem ou a mulher que se afoga no trabalho e nos vícios acaba atraindo para si vários problemas, pois sua mente está voltada para uma tarefa e acaba esquecendo dos principais valores da vida: A família e os amigos. A família se deteriora e seus filhos geralmente vão mão na escola, muitos se entregam aos vícios do álcool e das drogas e aí começa a verdadeira degradação social. Quando a família não cumpre seu papel de “porto seguro” da sociedade, é sinal que ela em todos os seus aspectos vão mal.

Tentando resumir, quanto mais nós nos afundamos no sistema de vida que criamos, mas nos afastamos dos verdadeiros valores da vida.

Nem falamos que para sustentar esse padrão de consumo que se exacerba nesse mundo atual, estamos esgotando cada vez mais os recursos naturais não renováveis de nosso querido planeta, poluímos rios e mares e o ar está se tornando cada vez mais uma fonte de doenças. Além disso, os menos favorecidos, se tornam pessoas endividadas e mesmo que não consumam tanto, passam varias minutos, ou mesmo horas, em algum transporte público e da mesma forma, quase não possuem tempo para se dedicar a família.

Então, devemos parar de tomar nossa cervejinha com os amigos? Sair de nossos empregos e mergulharmos numa vida de privações e vivermos de esmolas? Mas o que é um asceta numa cidade grande como Rio de Janeiro ou São Paulo? Olhe para o rosto de um mendigo, olhe em seus olhos e veja se aquela alma está feliz. Na realidade tratasse de um espírito doente, de uma alma que se recusa a cumprir sua missão carnal de evolução. Basta vermos que a grande maioria está entregue aos vícios como o álcool e cometem pequenos delitos para sobreviver. Um mendigo de uma cidade grande está bem distante da idéia original de uma vida asceta.

Ter uma vida de privações nesse sistema capitalista é terrível e existem coisas que não podemos mais deixar de fazer, como por exemplo, trabalhar e estudar, pagar nossas contas, ir ao mercado, comprar roupas, pagar o aluguel ou a prestação de seu imóvel, etc. Não tem jeito, de uma forma ou de outra, temos que consumir. Tornar-se um mendigo ou asceta não é a solução: você estará apenas fugindo do real problema, e numa crença de que a vida é um ciclo de constantes encarnações, o estará adiando para uma vida futura.

Não se trata aqui de pararmos de sentir os prazeres carnais, como a diversão com os amigos, assistir um bom show de música ou degustar um bom vinho e nem tão pouco deixar de se privar de uma noite de amor com sua companheira. Não é nada disso. Não devemos deixar de confraternizar com nosso amigos, de tomar uma cerveja que ajuda a relaxar, não existe crime em querer ter um bom carro na garagem, nem em querer ter sua casa própria e nem em querer pagar o melhor colégio para seus filhos.

Sidarta Gautama em sua busca pela iluminação abandonou o palácio luxuoso em que vivia e passou 6 anos como asceta e viveu de esmolas, praticou todos os tipos de autocrueldade: ficava dias sem comer, durmia em camas de espinhos ou em cemitérios. Aos poucos descobriu que a vida asceta não servia para iluminar a mente, servia apenas para a entorpece-la. Descobriu que a felicidade não estava nem na vida de prazeres excessivos e nem na vida asceta: descobriu que a felicidade está no equilíbrio, que chamou de o “Caminho do Meio”.

Anos antes de Cristo, os filósofos Sócrates e Platão diziam a mesma coisa, atribuíam o “caminho do meio” do equilíbrio como a grande fonte da felicidade.

Evite o consumo exarcerbado: para que algumas mulheres possuem mais de 40 pares de sapatos para dois pés? Você não precisa de trocar de carro a cada ano e nem de estar usando o celular da moda para se sentir superior aos seus colegas de trabalho, se aquele que você está usando está atendendo as suas necessidades.

Cuide de sua saúde, afinal ela é imprescindível para que você realize todas as atividades de sua vida. Procure o equilíbrio em sua vida, não coma demasiadamente, evite os vícios não beba muito: um copo de vinho ou dois copos de uma boa cerveja já são o suficiente para relaxar. Lembre que o primeiro milagre do Cristo foi transformar a água em vinho em um casamento. Enquanto digerir o seu vinho ou a sua cerveja favorita, procure apreciar o seu sabor e contemple para estar saciado, faça o mesmo com um prato de comida e verá que a fome estará saciada no fim de sua alimentação. Caso sinta vontade de nunca mais ingerir álcool, o faça e verá que ele no fundo não fará falta em sua vida. Evite o fumo ativo e jamais use entorpecentes. Pratique esportes, caminhe, corra na praia, Pesquise na Internet textos de sua profissão, leia livros técnicos, mas não se esqueça de uma boa história em quadrinhos; assista o jornal mas também uma boa comedia, dê rizadas com seus amigos, fale bobagens, pois a vida não deve ser levada a sério o tempo todo. 1

Cuide de sua carreira com amor, dê o melhor de si em seu trabalho, mas enquanto estiver no seu local de trabalho. Nos fins de semana vá a praia com seus filhos, não esqueça de levá-los ao cinema ou a algum lugar que eles queiram ir. Leve sua esposa ao teatro ou, até mesmo ao motel e transforme o sexo em ato de amor ao invés de um ato de busca incessante por prazer. Visite seus amigos e seus parentes. Pense na ultima vez que esteve junto das pessoas importantes de sua vida.

Não viva como se esse hoje fosse o último dia de sua vida, pois o amanhã sempre existe, seja na vida carnal ou espiritual. Viva sem pressa, ande devagar e sempre para frente, observe a paisagem e todas as variáveis que podem existir para você chegar ao seu objetivo com menor esforço e com mais sabedoria. Valorize o que você já conquistou, agradeça e não deixe de mirar em novas conquistas, pois afinal elas nos alimentam e nos dão força para continuarmos em frente.
Para o Geógrafo Milton Santos o mundo é dos homens lentos, pois são eles os capazes de transformar a sociedade. Evite a preocupação e lembre-se daquela frase de um episódio da série Kung-fu, estrelada por David Carradine: “Se eu me preocupar o futuro irá mudar?” e não se esqueça: Confie sempre no Deus interior que existe dentro de você e lembre-se que para os budistas a semente da iluminação existe dentro do coração de cada homem.

Seguir o caminho do meio2 é ter coragem, é ter a coragem de dizer Não quando alguém te pedir para fazer algo que fira a sua ética, ou simplesmente quando aquilo que te pedirem te tirar de sua estrada da busca pela felicidade.

Viver sem vícios é ser livre, é viver de verdade sem privações e nunca seja escravo da busca pelo prazer. Lembre-se de que conseguindo essa alquimia interior de trilhar o caminho no meio, todos serão beneficiados, de sua família a toda a humanidade, pois os recursos naturais são esgotáveis e um dia terão fim.


1 Parte desse texto foi inspirado em Tom Coelho, “O caminho do Meio”
2 Para saber mais sobre o caminho do meio, do ponto de vista budista, leia o Caminho do Meio de Rogério Malaquias, disponível em http://www.rubedo.psc.br/Artigos/camimeio.html

quarta-feira, 9 de março de 2011

Fatores que ajudam no fracasso da Rede Estadual de Ensino

Os meios de comunicação e o que está dito nas entrelinhas no plano de metas, o famoso Nova Escola III, culpam os professores pelo fracasso da Rede Estadual do Rio de Janeiro. Não precisa ser um observador atento para ver que o “buraco é mais embaixo” e que vai muito além da responsabilidade dos profissionais envolvidos diretamente no processo ensino aprendizagem:

* Baixa remuneração dos professores: Incorporação do NE em 7 anos não tende os anseios da classe e, não nos coloca no mesmo patamar de outras instancias públicas dentro de nosso Estado, e ainda, induz a evasão de professores.

* Grande evasão de professores. Se alguem duvida que isso ocorra, repare na grande quantidade de convocações de professores e da regularidade de concursos públicos que NUNCA conseguem suprir as necessidades das redes.

* Alunos sem os pré requisitos necessários: Os alunos chegam, em maioria vindo das prefeituras, mal formados, muitas vezes analfabetos funcionais,

* Turmas super lotadas: Não existe um limite máximo para a formação de uma turma, o limite máximo deveria ser de 25 alunos, com mais 5 sendo considerado excesso

* “Otimização de turmas”: O limite mínimo de uma turma não condiz com a necessidade de um bom ensino, deveria ser baixado de 20 para 10 alunos, caso não crie uma outra turma superlotada. Na realidade essa medida apenas mascara o problema de evasão de professores

* Aumentar o número de escolas em todos os níveis de ensino: a rede é insuficiente para atender uma demanda que vise à verdadeira otimização do aluno (com turmas pequenas e que permitem o trabalho.)

* Horário Integral: O aluno deve ficar mais tempo na escola, para que atividades diversificadas sejam executadas

* Ausência de participação da família,geralmente nas reuniões só aparecem os responsáveis dos bons alunos e os dos alunos que precisam de uma maior atenção da família, raramente aparecem !!!

* A “pressão” existente para que o aluno seja aprovado, vemos isso principalmente nas prefeituras, onde o aluno é mal formado e “empurrado” para a rede do Estado.

* A falta de outros profissionais pedagógicos como psicopedagogos, psicólogos, Orientadores Educacionais, Orientadores Pedagógicos, etc.

*A má interpretação das teorias pedagógicas feitas por pedagogos despreparados que sempre culpam o professor de tudo.

* O aluno é coitaidinho: o aluno é um ser em construção, mas quando é indisciplinado, algumas direções se mostram permissivas e sempre contra o professor, muitas vezes sem apurar os fatos direitos. As direções se tornam permissivas demais. Não querem se comprometer com a comunidade.E sempre é um coitadinho, nunca vai passar disso, então é aprovado por pena.

* A volta da meritocracia para o ALUNO: Precisamos voltar a separar as turmas dos alunos “Fortes” dos “fracos” pois a educação inclusiva acaba excluindo o bom aluno. O bom aluno precisa ser reconhecido dentro da instituição de ensino e, precisamos de condições para preparar melhor aquele aluno que faz por merecer melhores oportunidades na vida.

* Transporte: O sistema de transporte, principalmente no interior do estado, se recusa a transportar os alunos e, a noite, muitas vezes deixa o aluno sem transporte o que favorece. A diminuição de vans na Região dos lagos, dificultou o transporte dos próprios professores dentre as cidades da região

* Segurança, em várias escolas os profissionais trabalham com medo, pois são áreas dominadas pelo tráfico de drogas, o que favorecem alunos violentos

* Leis mal elaboradas e que deixam margens à varias interpretações, como o ECA que tiraram a autoridade do professor.

Retrato aqui alguns dos problemas encontrados, e existem tantos outros de ordem política e social. A solução política apresentada pela nossa Secretaria está fora da realidade e se encontra muito distante de solucionar os problemas educacionais de nosso Estado.

Resumindo: Chega de políticas públicas educacionais ineficientes que não atacam as raizes do problema. Culpar o professor é muito fácil, mas cadê a boa vontade política?

quinta-feira, 3 de março de 2011

A Indisciplina e a Escola Clube


Alguns segmentos sociais adoram acusar os professores de ministrarem aulas desinteressantes, de serem chatos e ultrapassados e de não usarem as novas tecnologias para facilitar o aprendizado dos alunos. Essas pessoas que nos criticam, não vivem diariamente dentro de uma escola e  não sentem na pele os problemas que enfrentamos. Um destes problemas sempre me chamou atenção: A indisciplina e a Escola Clube.

Deliberadamente, o aluno vai a escola é  não entra na sala. Ele usufrui de várias beneficies da escola: Joga bola, almoça, bate papo, brinca, namora, mas não entra dentro de sala. E quando entra é para bagunçar, atrapalhar o trabalho do professor e em nada contribui para a promoção do bem comum. A escola para ele é um clube e não um lugar de adquirir conhecimento.

E se esse aluno for encaminhado para a Direção, poucas providencias são tomadas, quando não “colocam panos quentes”. Quando a direção toma a providencia de chamar o responsável, esse não comparece. Colegas já me relataram casos de Diretor que serve cafezinho para aluno indisciplinado...

Culpar o professor de ter uma didática fraca e de ministrar uma aula desinteressante é querer engabelar as verdadeiras causas desse problema.

A primeira dela é política: As escolas não possuem funcionários suficientes para garantir seu bom funcionamento. Faltam inspetores suficientes para garantir que este aluno esteja no seu lugar, dentro de sala.

A segunda delas é um fator cultural de inversão de valores: Esse aluno, rebelde, é bem visto por seus colegas, sendo algumas vezes idolatrado. Quando estão em sala, seu comportamento é deplorável: Conversas em voz alta, quer ir ao banheiro toda hora (quando não sai sem autorização do professor), levanta, passeia pela sala, fala ao celuar e tudo mais aquilo que nós professores sabemos que acontece. Esse aluno, totalmente desinteressado em aprender, apenas atrapalha os demais e o trabalho do professor. Lembrando que a indisciplina é favorecida pela superlotação de algumas turmas.

A terceira causa também podemos dizer que é cultural: Quando a família desse aluno é chamada para conversar pela Direção ou Coordenação, se fazem de vítima: “Não sei o que vou fazer com meu filho” ou ainda, resolvem culpar o professor e muitos ainda “querem briga”! Não raro quando chamamos uma mãe para resolver o problema das vestes indecentes de sua filha, ela aparece trajada de forma mais indecente ainda.

Resumindo:
Existem escolas onde a direção não quer se comprometer,
os país jogam a responsabilidade da criação de seu filho para a escola e,
o aluno faz o que quer e nada acontece !!!!

Sem disciplina não há aprendizado !

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O nível de conhecimento da população está muito baixo


Apesar de trabalhar em instituição de ensino desde 1997, entrei pela primeira vez dentro da sala de aula em fevereiro de 2005 e conforme o planejamento das aulas de geografia para o 2º ano do Ensino Médio daquele ano, comecei a introduzir o tema dos antecedentes da Nova Ordem Mundial, ou seja a 2ª Guerra Mundial e a Guerra Fria, quando fui interrompido por uma aluna, que com o olhar assustado, me fez a seguinte pergunta:

“Professor quem são essas pessoas que você está falando? Quem é esse tal de Hitler? “


Não tive reação, fiquei estático, sem saber o que falar: “Como alguém não sabe quem foi Adolf Hitler?” pensei na hora. É claro, tentei cumprir o meu papel tentando explicar o que todos os seres humanos do século XXI deveriam saber.

Esse acontecimento ilustra o que estou tentando dizer com o título desse texto: O nível de conhecimento das pessoas está baixo, e fica dificílimo trabalhar dessa forma. Será que isso é culpa, apenas, da escola e dos professores?

A falta de conhecimentos gerais reflete a falta de hábito da população em estudar, em produzir seu conhecimento. Poucos de nossos alunos possuem o hábito de ler um livro, um jornal ou um artigo de uma revista e quando entram na internet, é para jogar, usar as redes sociais ou bater papo no MSN. Poucos usam os recursos tecnológicos para se nutrir de conhecimento.

O despertar do conhecimento deve acontecer na escola? A grande maioria dos pedagogos que conheço diriam que sim, mas eu digo que NÃO é bem assim: a Escola não é a única instituição responsável pela disseminação do conhecimento. Nossos alunos não leem, simplesmente, porque seus pais não leem, logo, não desenvolveram esses hábitos em casa. É muito difícil desenvolver o hábito da leitura nos alunos, quando em casa, eles possuem hábitos e distrações que irão tirá-los desse caminho. Hoje, o áudio visual, representado pela internet e pela televisão, ocupa um espaço maior na vida das pessoas do que deveria. Grande parte dos programas de televisão são fúteis e não trazem engrandecimento nenhum as pessoas, aliás nos tentam empurrar lixo como cultura.

A própria família coloca na cabeça da criança que ler é chato, que ler é uma droga. A criança aprende em casa que ver TV é melhor, é mais legal. Várias crianças ficam presas ao mundo da TV e não aprendem que ler e aprender por conta própria pode ser um grande prazer e que isso é necessário.

Hoje temos muita informação e pouco conhecimento e sem o conhecimento geral necessário para o desenvolvimento intelectual, nossos alunos se tornarão a massa de manobra do futuro, assim como seus país o são hoje.

Se quisermos uma revolução educacional de verdade, ao contrário de culpar mais uma vez o professor, devemos lembrar que “educação começa em casa” e tomarmos medidas globais (envolvendo governo e os meios de comunicação, família e escola) para aumentarmos urgente, o nível de conhecimento da população brasileira. Agora, colocar essa responsabilidade apenas nos professores é preconizar que o fracasso educacional perdure.

Até que ponto o fracasso escolar é culpa do professor?


Frequentemente nos deparamos com textos escritos nos meios de comunicação que culpam os professores pelo fracasso escolar. Politicas publicas, como o plano de metas como o elaborado na gestão de Wilson Rissolia, apenas corroboram com essa visão. Culpar o professor é uma tendencia que parece ser irreversível, tendo em vista que não temos muita voz, por isso darmos um grito de CHEGA nessa situação é uma prioridade que todo professor deveria assumir.

O que eu escrevo neste blog, na parte de educação, não está baseado em pesquisas acadêmicas ou em achismo: faz parte da história de vivencia minha e de muitos colegas, sua grande maioria da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, seja em conversas pessoalmente ou em redes sociais, como o Orkut. Pessoas que estariam confinadas se não fossem os modernos meios de comunicação, que cada vez mais deverá ser usado para divulgarmos outras causas do fracasso educacional.

Longe de apontar todas as causas, os textos desse blog deverão servir para a reflexão e, gostaria que fosse lido não apenas por professores, mas por pedagogos e pela população em geral, para que tenham uma visão mais realista do que acontece dentro de uma escola hoje e com a nossa população como um todo.

Existem várias causas para o fracasso escolar e não apenas o trabalho do professor, dentre elas políticas públicas insuficientes e a própria falta de autodeterminação da sociedade para que o aluno realmente aprenda.

Cabe ao professor hoje, dizer não ao título de algoz da educação, não devemos aceitar que nos culpabilizemos pelo fracasso escolar e, dessa forma, inocentar os verdadeiros culpados e eximir a sociedade de sua responsabilidade.